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O G-12 e a reorganização de forças no futebol brasileiro

Atualizado: 24 de fev. de 2022


Símbolos dos times de futebol do Brasil, Internacional, Grêmio, Santos, São Paulo, Palmeiras, Corinthians, Vasco, Flamengo, Fluminense, Cruzeiro, Botafogo e Atlético Mineiro em primeiro plano sob um fundo de um gramado desfocado
Times do eixo Sudeste/Sul tem enfrentado seguidas crises que põe em dúvida sua supremacia no futebol nacional

Tradicionalmente o campeonato brasileiro sempre foi marcado por muito equilíbrio. Criou-se no imaginário do esporte no Brasil o grupo dos 12 grandes (G-12), as principais equipes do Sudeste/Sul, regiões mais desenvolvidas do país, que durante muitos anos foram as protagonistas do futebol nacional. Esse G-12 é formado por dois mineiros, Cruzeiro e Atlético MG, quatro cariocas, Flamengo, Fluminense, Vasco e Botafogo, quatro paulistas, São Paulo, Santos, Palmeiras e Corinthians e os dois gaúchos, Internacional e Grêmio. No entanto, será que isso ainda se sustenta? Existem mesmo 12 times grandes de nível superior aos demais no Brasil?


O recente rebaixamento do Grêmio, o terceiro na história do clube, é mais um exemplo que desmonta essa teoria dos 12 grandes. Mas o tricolor gaúcho não é o único desse grupo de times que enfrenta dificuldades, Cruzeiro, Vasco e Botafogo tiveram que passar 2021 na Série B, e destes somente o Botafogo conseguiu retornar para a elite do futebol brasileiro. O Vasco com 4 rebaixamentos, maior número de quedas entre os 12, terminou a Série B apenas em 10° lugar, longe de conseguir o acesso. Já o Cruzeiro em grave crise financeira lutou contra o rebaixamento para a Série C e terminou em 14° colocado na segundona.


O rebaixamento também não é o único indicativo de que o G-12 já não tem mais tanta força assim. Santos, Internacional e São Paulo fizeram campanhas fracas no Brasileirão de 2021, terminando respectivamente em 10°, 12° e 13° lugares. Esses 3 ficaram abaixo de times de muito menos tradição como Athlético GO e América MG, esse último garantiu ainda ao lado Bragantino e Fortaleza vagas para disputar pela primeira vez a Libertadores em 2022. Tudo isso são reflexos de uma reorganização das forças no futebol brasileiro. O grupo dos 12 grandes já não existe mais.


O futebol moderno requer planejamento, gestão e responsabilidade, tanto dentro como fora de campo, sem isso dificilmente um clube consegue brigar por títulos ou mesmo se manter na primeira divisão. Bragantino, Fortaleza e Athletico PR, campeão da Sul-americana, são exemplos de clubes que mesmo sem tanta tradição conseguiram fazer uma temporada superior a alguns dos supostos times grandes.


A velha máxima da camisa que pesa pode até valer em alguns jogos, talvez em mata-matas, mas em um campeonato de pontos corridos as coisas não são bem assim. Hoje os 3 clubes que despontam como as principais forças no cenário nacional, Flamengo, Palmeiras e Atlético MG, tem como características de sucesso sua organização e poderio financeiro para montar grandes elencos. Porém, grandes elencos não garantem título, afinal de contas o Flamengo, apesar do plantel recheado de estrelas como Gabigol, Filipe Luiz e Andreas Pereira, bateu na trave tanto na Copa do Brasil e Brasileirão, como na Libertadores. Além do Grêmio que também montou um time com jogadores de renome como Rafinha e Douglas Costa não engrenou e acabou rebaixado.


O futebol é uma caixinha de surpresas, mas parece que essas surpresas tendem a aparecer mais para os clubes que conseguirem combinar estabilidade financeira, boa gestão e organização dentro de campo. Fato é que apesar do que dizem alguns críticos e mesmo sem ter um nível técnico elevado, o Brasileirão de pontos corridos ainda traz componentes de emoção, seja na parte de cima ou de baixo da tabela. Que venha 2022!


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