Como foram os campeonatos estaduais
- Danilo Perez
- 4 de abr. de 2022
- 6 min de leitura
Acabaram os campeonatos estaduais pelo Brasil e agora o foco é pelas grandes conquistas. Esse período de teste de formações, de jogadores, de técnicos etc. acabou, agora é pra valer. Mas será que todos os grandes times chegam, realmente, preparados para o início da temporada? A realidade é que alguns mostraram estarem muito bem preparados para esse novo ano. Enquanto isso, outros aparentam nem terem começado o ano ainda. Vamos dar uma breve comentada nas principais competições até agora e analisaremos como chegam os grandes times para o real início de 2022.
Fla-Flu que mudou patamares
O Fluminense, que já havia sido eliminado da pré-libertadores, não colecionava bons jogos e passou no aperto no time reserva do Botafogo, encarou o Flamengo, que não tinha demonstrado um futebol convincente até aquele momento, mesmo com a chegada de um novo técnico e reforços. Ou seja, um jogo de extrema importância para os dois times pelo momento que viviam.
O jogo de ida da final foi o real jogo ruim. Duas equipes que não encaixavam bons ataques, ameaçavam-se sem perigo algum e mais tentavam do que acertavam. Porém, no final do 2° tempo, vimos Germán Cano fazendo o L duas vezes e o jogo terminou assim: 2x0 para o Flu. O Fluminense soube jogar a final e matou na hora que foi necessário. Se resguardou durante grande parte do jogo e na primeira bobeira do Flamengo, que atacava com a maior parte de seus jogadores, fez o gol, o qual foi semelhante ao segundo.
Já no segundo jogo, quem esperava uma pressão flamenguista não viu muito disso no início. O rubro-negro por muitas vezes entrou na roda tricolor que tocava a bola muito bem e dava poucas chances ao adversário. Não à toa, o gol do Flamengo que saiu ainda no 1° tempo, surgiu da individualidade do Arrascaeta que serviu Gabigol. Porém, a preguiça flamenguista apareceu e o tricolor carioca empatou minutos depois, com o matador novamente: Germán Cano. Assim seguiu durante todo 2° tempo. Um Flamengo apático e sem grandes ameaças ao seu rival, que conseguiu controlar muito bem o jogo e com muita vontade, mostrou que final não se joga, final se ganha. Fluzão campeão do cariocão pela 32ª vez.
Agora, o Fluminense que estava em crise, tem um pouco de paz para estreia do Brasileirão e chega com mais confiança. Enquanto isso, o Flamengo vive um momento de crise. Desde a diretoria, até a comissão e jogadores, estão todos na berlinda e na mira da torcida.
Choque Rei muito movimentado
Mesmo tendo apresentado um bom futebol em jogos antes da final, o São Paulo não vinha como favorito no confronto com o Palmeiras. O atual campeão da Libertadores, que manteve seu técnico, seus principais jogadores e ainda fez boas contratações, mostrou-se acima durante todo Campeonato Paulista. Porém, não foi muito bem assim que começou essa final.
Com um incrível 3x1, jogando muita bola na sua casa, o São Paulo colocou uma mão na taça. Se jogasse com a mesma vontade e organização, o time de Rogério Ceni teria tudo para ser bicampeão paulista. Por outro lado, o Palmeiras também não colaborou nada. Foi engolido pelo seu rival no jogo de ida e teria uma missão muito complicada, mesmo jogando em casa. Mas como duvidar de um time tão vitorioso como esse? Como duvidar de Abel Ferreira? Tudo só acaba quando termina. Que fique a lição para Hernanes, o profeta, que comemorou o título antecipadamente.
Antes dos 30min, o Porco já havia feito dos 2 gols e levaria o jogo para os pênaltis. Mas não demorou muito para estrela de Raphael Veiga aparecer. Com dois gols no 2° tempo, ele inverteu o cenário e deixou o tricolor paulista de calças arriadas. Agora era o Palmeiras que controlava o jogo e somente esperava o apito final, já que o jogo estava todo em suas mãos (ou melhor, em seus pés). Um futebol bem jogado, paciente, organizado e cauteloso. Muitos criticam, reclamam e choramingam, mas é impossível negar: Abel Ferreira é o melhor técnico do Brasil no momento e tem tudo para se tornar o maior do Palmeiras. Enfim, com uma pipocada e uma apatia monstruosa, o São Paulo deixou a taça escorregar pelas suas mãos e caiu em solo palmeirense - mais uma vez.
O Bi do "Laion" de Pici
Fortaleza e Sport enfrentaram-se na final da tão disputada Copa do Nordeste. Numa decisão de Lampions League, o favoritismo, com certeza, ficaria ao lado do time que está na série A, na Libertadores e vivendo uma das melhores fases da sua história. Aliás, enfrentava seu rival que não vive sua melhor fase e recém foi rebaixado para série B do Brasileirão. Mas é aquilo, final são 11 contra 11, ainda mais se tratando de um clássico nordestino.
Na partida de ida, tivemos um jogo disputado e aberto para as duas equipes. A expectativa era de gol a qualquer momento, porém, não foi tão cedo que isso surgiu. Aos 40min do 2° tempo o Fortaleza abriu o placar e logo aos 47min houve o empate do Sport. Ou seja, podemos ver que o jogo de volta iria nos proporcionar fortes emoções.
Não foi diferente do esperado. Com polêmica, briga, disputa e qualidade, o jogo da volta foi 1x0 pro Fortaleza, que sagrou-se bicampeão do campeonato. Obviamente, os torcedores do Sport não saíram nada satisfeitos, afinal, com um pênalti claro não marcado, a cobrança ficou no VAR e juízes. O time lutou e muito, mas não foi dessa vez que conquistaram seu tetra nordestino.
O Galo bicou 3 vezes seguidas
Em Minas Gerais nada de muito surpreende, a pura realidade é essa. Olhando que tivemos: pênalti para o Galo - DOIS pênaltis, gol do Hulk, gol do Edu e que o galão venceu mais uma vez, realmente, está tudo normal.
Brincadeiras a parte, o jogo foi bem disputado. Os dois times chegavam bem ao ataque e tinham boas chances de gol. Não à toa, o Cruzeiro terminou o jogo com maior posse de bola e até com mais finalizações. Mas o fator qualidade pesou. Com Hulk e Nacho Fernández voando em campo, a força do time mineiro ficou clara e eles conseguiram fazer os gols nas chances que tiveram. Diferente do Cruzeiro, que mesmo criando boas chances, não conseguiu caprichar nas bolas decisivas e mesmo quando iam bem, o paredão Everson estava lá para impedir.
Com um 3x1 atleticano, o clube conquistou o tri seguido mineiro e ainda sobrou provocação para o seu rival, que jogará pela 3ª vez a série B também. A disparidade dos clubes, atualmente, é bem grande e a cada jogo entre as equipes fica bem clara. Porém, agora só ano que vem que irá ter esse encontro novamente.
O imortal está muito vivo
O Grêmio, que passou do Internacional na semifinal, após um longo período sem ganhar do seu rival, conquistou o título gaúcho de 2022. Mesmo em seu momento de crise, após ser rebaixado para 2ª divisão e não começando o ano tão bem, o tricolor gaúcho mostrou sua força e o peso da sua camisa, e começou o ano com o pé direito.
Não importa a fase dos times, o Rio Grande do Sul aparenta ter um dono. Há 5 anos só se vê azul por lá. Foi a 4ª vez na história que o Grêmio conquistou 5 títulos seguidos e esse foi o 41° gauchão do clube. Porém, o comentário nesse momento é mais direcionado ao Ypiranga. Clube com poder financeiro muito abaixo do Grêmio, mas que encantou desde o início do campeonato com um bom futebol apresentado, que pôde levá-los até a final. Nos dois jogos da final tentou afetar o Grêmio, mas com jogadores de maior qualidade, tanto no jogo de ida quanto no de volta, o imortal conseguiu esfriar as partidas com seus gols marcados.
Em suma, o favorito Grêmio fez sua obrigação, venceu e chega confiante para o início da série B. Já o Ypiranga, não abaixou a cabeça um minuto sequer, bateu de frente com o rival e tem de sair orgulhoso do jogo.
Outros:
Em 20 anos de existência, o Cuiabá conquistou seu 11° título mato grossense
Atlético-GO venceu o Goiás no jogo de ida e volta da final e foi campeão goiano
Com um agregado de 6x3, o Coritiba bateu o Maringá e foi campeão paranaense
Graças ao gol fora de casa (empatou 1x1 fora e 0x0 em casa), o Brusque venceu o campeonato santa catarinense
Comentários